quarta-feira, 20 de outubro de 2010

TALIT






















A comunidade baiana sempre foi pequena.
Mas esse micro cosmos, como sempre, abrigava o universo.
Para mim esse universo começava em minha casa, se expandia pela rua, até chegar à sinagoga bem em frente, ao lado do Fórum Rui Brabosa no bairro de Nazaré em Salvador.
Nunca foi um mundo só judaico, mas foi um mundo judaico. Ao menos o mundo judaico que conheci.
A figura central desse mundo, seu umbigo, era meu pai.
Dele irradiava um comportamento, hábitos, amizades, aspirações, preocupações e também uma imagem.
Dentro de um pequeno saquinho, cor de vinho e bordado, possuía ele um pequeno solidéu e um tecido branco já amarelecido, também bordado e com detalhes em azuis.
De todas as aspirações que guardei em relação ao meu bar-mitzvá talvez essa tenha sido a mais importante: usar o talit.
Com seu talit e kipar meu pai ocupava uma longa mesa, junto aos dez mais velhos, na sinagoga da Bahia.

3 comentários:

dila luna matos disse...

Parece que não é tão pequeno assim, pelo tamanho da beleza de suas escultura, não é mesmo, bela homenagem!

vera disse...

E voce tem o Tallit ate hoje? O relato e muito bonito.

Israel Kislansky disse...

Tenho sim. Na verdade foi o q quardei de meu pai. Estou escrevendo mais um pouco pra me ajudar a pensar numa exposição q quero fazer com as ceramicas. Vou colocando aos poucos no blog.
Bjs e obrigado a vcs pelos posts.
ik